sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Rio Tramandaí e a Guerra dos Farrapos

Os farroupilhas, impossibilitados de acessar o mar por Rio Grande, buscam uma nova e criativa maneira de solucionar o problema: construíram embarcações e as deslocaram, por terra, até chegar a desembocadura do Rio Tramandaí, por onde lançaram-se nas águas do Oceano Atlântico, afim de consquistar Laguna.

Conforme Lígia Gomes Carneiro, Garibaldi disse numa reunião do alto comando farroupilha:

"Não existe a menor dificuldade na expedição por mar a Laguna. Mande-me o general alguns carpinteiros e a madeira necessária para a construção de quatro grandes rodados e cem juntas de bois carreiros para a tração das rodas, e eu farei transportar os lanchões até Tramandaí, se Deus quiser".

Segundo a autora, ele levou os dois lanchões até o rio Capivari cerca de dois quilômetros adentro antes de sua foz na Lagoa dos Patos, e em menos de sete dias comandou a montagem dos rodados e das pranchas sobre as quais os lanchões foram colocados, para serem movimentados por terra até Tramandaí. Eles foram puxados cada um por juntas de cem bois.

Em Tramandaí, após reparos rápidos que não levaram três dias, os lanchões foram lançados no rio Tramandaí e dali seguiram para o mar e para o ataque às forças imperiais que estavam acantonadas em Laguna. Entre o rio Capivari e o rio Tramandaí, através de campos, areais e banhados, foram percorridos cerca de cem quilômetros entre os dias 5 de junho pela manhã e a tardinha do dia 11 desse mês, sem que as forças imperiais tivessem a mínima suspeita do que estava acontecendo.

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